The Dark Side of the Moon, é o oitavo disco do Pink Floyd; nele encontramos essa pérola da música mundial: “The Great Gig in the Sky”, que além de nos arrancar lágrimas com uma performance vocal fora do comum, também deixou histórias incríveis nos bastidores protagonizadas por sua intérprete, “Clare Torry”.

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Que música incrível, não? Mesmo com a ausência de letra, The Great Gig in the Sky, nos conta muito.
O Nome dessa cantora, é: “Clare Torry” e a história dela com essa música, é algo incrível e totalmente inusitada.
O Pink Floyd, também entrou na minha vida de menino do interior de forma inusitada.

Alguns amigos do colégio, haviam alugado uma fita VHS do filme “O Mágico de Oz” e me convidaram para assistir.
Era o começo da década de 90 e dos blockbusters. Nem todas as famílias tinham um vídeo-cassete em suas casas e era comum, reuniões para assistir filmes na casa de quem tinha.
A lenda era a seguinte: Alguém ouviu de alguém, que se você fumasse um cigarro de maconha e assistisse o filme Mágico de Oz, enquanto ouvia Pink Floyd, experimentaria uma viagem muito doida.
O disco, era o “The Dark Side of the Moon e para fazer sentido com o filme, ele precisava começar exatamente no terceiro rugido do leão, que aparecia na abertura do filme.
Legal, tinham o disco, tinham o filme e uma casa onde os pais estavam viajando… mas ainda faltava um elemento; o tal do cigarro de maconha. Um tabu para nós, garotos de 15 anos. Ninguém lá, nunca sequer havia sentido o cheiro da erva.

Então alguém sugeriu, trocar a maconha por bebidas. Que por sua vez, tinha aos montes no bar da casa. Tomamos vodka e wiskey puros; parecia um veneno de tão forte, mas logo começamos a ficar bêbados, ou fingir que estávamos… A zueira, perdeu todos os limites, ninguém mais conseguia prestar atenção no filme, e alguém teve a idéia genial de trocar o filme do Mágico de Oz, por um do Buttman… foi só risada. Para quem não se lembra, “Buttman,” era uma franquia de filmes pornôs, que fez muito sucesso nas vídeo locadoras, mas era proibido para menores. O clima que havia começado misterioso, logo virou uma grande festa, e rendeu muitas histórias, enquanto assistíamos Buttman ao som de Pink Floyd.

Muitos anos depois, eu consegui assistir O The Dark Side of the Raibow. Esse é o nome, ao qual os fãs apelidaram essa junção de Mágico de Oz, com The Dark Side of the Moon. Da qual, o Pink Floyd, nega e afirma serem apenas coincidências. Mas é incrível, como a trilha sonora se encaixa perfeitamente com a maioria das cenas do filme. Hoje, está tudo muito mais fácil e você já consegue assistir sincronizado pelo You Tube.

O The Dark Side of the Moom, é o oitavo disco do Pink Floyd e o terceiro mais vendido do mundo, para vocês terem uma ideia, vendeu tanto, que a gravadora e distribuidora “EMI,” precisou montar fábricas extras, só para produzir esse disco.
Em questão de vendas, The Dark Side of the Moon, fica atrás somente de Triller, do Michael Jackson e “Back in Black,” do AC/DC. E já superou, a quantia de 50 milhões de cópias produzidas.
Mas é curioso… o The Dark Side, é um disco de rock progressivo. Como assim, terceiro disco mais vendido do mundo? Relaxe e venha comigo, para o lado escuro da lua.

Essa se chama, “Candy and Current Ban.” Canção do lado B, do primeiro single que o Pink Floyd, gravou em 1967
3 Garotos, cresceram juntos em Cambridge, uma cidade universitária na Inglaterra; eles Eram, Roger Waters, David Gilmour e Syd Barrett.

Richard, Roger e Nick

Mas para chegarem até o Estúdio “Abbey Road,” em Londres, onde gravariam um disco, sob o mesmo teto que os Beatles, muita água passou debaixo dessa ponte.
Tudo começou na faculdade, quando 3 amigos do curso de arquitetura, Roger Waters, Richard Wright e Nick Mason, resolveram montar uma banda. Batizaram como: “Sigma- 6,” convidaram mais alguns integrantes e passaram a ensaiar clássicos do Rythm Blues.

Sidy Barrett

Várias trocas de integrantes ocorreram, até que um belo dia Roger, convidou seu amigo de infância para ser o novo guitarrista. Ele era alegre, descontraído e brincalhão, Seu Nome, era “Syd Barrett” e logo passou a influenciar os outros integrantes. Sidy, era apaixonado por música americana, em especial, pelo blues.

Sabe o “Floyd Council,” e “Pink Anderson.” tem a ver com a nossa história?

Bom, além de ambos tocarem guitarra e cantar; além de ambos serem negros da Carolina do Norte; e além de ambos tocarem blues?
Um se chamava “Pink” e outro “Floyd.”

A banda dos garotos universitários, estava numa baita crise de identidade, tanto na sonoridade, quanto no nome que já havia sido mudado várias vezes, até definirem “T-Set.” Syd Barrett, havia assumido os vocais e como líder, sugeriu que aumentassem os solos das músicas, para assim terem um show mais longo, tocando menos músicas. Com solos longos e improvisados, o show do T-Set, começava a ficar mais viajante.

T-Set 1964

Mas durante um festival, que haviam sido convidados para tocar, tiveram a surpresa de encontrar uma banda com o mesmo nome. Injuriado, Sid Barrett, resolveu homenagear seus ídolos do Blues, Pink Anderson e Floyd Council e a banda, passou a se chamar: “The Pink Floyd Blues Band;” posteriormente, “The Pink Floyd Sounds;” até ficar apenas, “Pink Floyd.”

O novo nome, também traria sorte, pois os shows do Pink Floyd, começaram a atrair pessoas, que em comum, estavam de saco cheio da Beatlemania. O estilo “ye ye ye,” já havia saturado. Boa parte dos jovens Britânicos, buscavam novidades sonoras e o Pink Floyd, trazia ares de novidades para seus shows, dando início ao que chamaram de: “psicodelia musical.”

No verão de 1966, Sidy Barrett, experimentou LSD pela primeira vez. Logo, passou a levar para os ensaios e sob efeito da droga, passaram a compor temas mais viajantes, repletos de improvisações e timbres espaciais; algo completamente experimental e influenciado pelo uso de alucinógenos. E vale lembrar, que em 1966, o LSD, não era considerado uma droga ilícita.

Dois amigos, que haviam assistido o show do Pink Floyd, resolveram investir dinheiro na banda. E assim, criaram a “Blackhill Enterprises,” uma agência, para investir e gerenciar a carreira do grupo.
Com o investimento inicial, a banda comprou instrumentos e equipamentos novos. Talvez, o grande diferencial do Pink Floyd, tenha sido investir em Iluminação. Foram pioneiros, ao envolver seu público em um sentimento misto de som e imagem, que sob a influência dos alucinógenos, faziam o público entrar numa viajem muito louca.

1967

Não demorou muito e o Pink Floyd, já havia se tornado a maior banda undergroud de Londres e foram convidados pela gravadora EMI, para entrarem em estúdio e gravar o primeiro single: “Arnold Layne.”
Syd Barrett, se mostrava um compositor genial e autêntico. “Arnold Layne,” foi inspirada, em um homem que tinha o hábito de roubar roupas femininas nos varais de Cambridge, em especial, das casas dos pais de Syd e Roger Waters.

A parte instrumental, era tão estranha quanto a letra, e um reverb de guitarra, se destacava ao ouvinte, o que se tornaria, a marca registrada da banda, além dos arrepiantes riffs de órgão.
O single, alcançou a 20ª posição nas paradas britânicas e deu ao Pink Floyd, o status de banda cult. Tocavam em bares undergrounds londrinos, ao lado de artistas que apresentavam performances corporais e palestras de libertação mental, baseadas no LSD.

Apenas alguns meses depois, o Pink Floyd, entrou novamente em estúdio e gravou o seu segundo single: “See Emely Play.”

See Emely Play, chegou ao top 10 das rádios de Londres e foi responsável pela primeira aparição do grupo na TV, onde anunciaram a gravação do primeiro disco.
Syd Barrett, devorava livros como, “Contos de Grimm;” O “Hobbit” e “O Senhor dos Anéis,” além de estar aficcionado por artigos do antropólogo “Carlos Castaneda” e por traduções de escrituras medievais, como, “I-Ching, O Livro das Mutações.”

Foi nesse período, que Syd, escreveu a maioria das músicas do Pink Floyd, que estariam no seu primeiro álbum: “The Piper at the Gates of Dawn.”
The Piper at the Gates of Dawn, foi gravado no estúdio Abbey Road e curiosamente, as sessões foram simultâneas com as sessões dos Beatles, que no estúdio ao lado, gravavam o Icônico álbum: “Sargent Peppers Lonely Heart Club Band.”

O primeiro disco do Floyd, foi lançado pela gravadora EMI, e é considerado hoje em dia, uma pérola da música psicodélica. As vendas foram modestas nos E.U.A, mas na Inglaterra, chegou a ser o sexto disco mais vendido do ano.

Após o lançamento de The Piper at the Gates of Dawn, o comportamento de Syd Barrett, tornou-se cada vez mais errático e imprevisível, em parte, como consequência do uso intenso de drogas psicodélicas, como o LSD. Syd, foi diagnosticado com esquizofrenia. O front man do Pink Floyd, que até então passava uma imagem alegre, amigável e extrovertida, passou a ficar cada vez mais deprimido e socialmente retraído.

Syd, então desapareceu por quase uma semana, e de acordo com vários amigos, voltou “uma pessoa completamente diferente;” Com um olhar fixo, vazio e distante. Ele não conseguia reconhecer os velhos amigos e muitas vezes, nem sabia onde estava. Mesmo assim, de alguma forma, Syd, conseguia cumprir a agenda da banda, e mesmo que eventualmente surtasse durante as apresentações, o público entendia aquilo como parte da performance e aplaudiam as loucuras de Syd.

Em novembro de 1967, o Pink Floyd, fez uma turnê ao lado de Jimi Hendrix, mas dessa vez, levaram um guitarrista substituto. Barrett, não gostou da ideia. Então a banda, resolveu convidar um amigo em comum, para tocar ao lado de Syd nos shows, seu nome era: David Gilmour.” amigo de infância de Syd, ao qual mantinha uma boa relação.
Gilmour, não foi contratado para substituir Barrett e sim, para ser um segundo guitarrista, que eventualmente assumiria também os vocais, conforme as imprevistas ações de Syd.

David Gilmour 1968

David Gilmour, cresceu em Cambridge, junto com Roger Waters e Syd Barrett, mas se mudou para os E.U.A, voltando anos depois, para fazer faculdade de artes. Gilmour, teve algumas bandas antes do Pink Floyd e até deu aula de guitarra para Syd Barrett.

Os outros membros da banda, estavam cansados das loucuras de Barrett e um dia, decidiram não o levar mais para os shows.
Como Syd, era o compositor da banda e havia escrito a maior parte das músicas, o plano inicial, era mantê-lo no grupo, mas não em turnês. Isso, logo provou ser impraticável.
David Gilmour, tornou-se um membro oficial da banda e em 6 de abril de 1968, o grupo anunciou oficialmente, que Barrett não era mais um membro do Pink Floyd. Isso, foi no mesmo dia que o contrato da agência Blackhill Enterprises, terminou. Considerando Barrett, o cérebro musical da banda, a Blackhill Enterprises, não renovou com o Pink Floyd, para se manter apenas com Syd Barrett, que ainda lançaria mais dois álbuns solos no futuro.

Sem Syd e sem empresário, Roger Waters, passou a assumir a maioria das responsabilidades da banda, inclusive, como compositor e passou a dividir os vocais, com David Gilmour. Mas os fãs, amavam Syd Barrett e muitos deles, exigiam a sua volta. Mas Waters, persistiu e em julho de 1968, com o apoio da EMI, conseguiram lançar o segundo disco do Pink Floyd, chamado: “A Soucerfull of Secrets.”

Nos E.U.A, as vendas foram um fracasso. Na Inglaterra, como esperado, a recepção foi melhor, mas mesmo assim, ficou muito aquém do primeiro disco. Curiosamente, anos depois, esse disco foi relançado e hoje, é tido com uma pérola do rock progressivo. A banda, tentou gravar canções de Syd no segundo álbum, mas segundo Waters, elas eram extremamente depressivas. Mesmo assim, o segundo disco do Pink Floyd, contém uma composição de Syd, chamada: “Judgment Blues.”

Devido a sonoridade “psicodélica” da banda,, o Pink Floyd, passou a ser convidado para gravar trilhas sonoras de filmes e em 1969, lançaram um disco com as músicas composta para um Drama Policial, chamado: “More” e o disco, foi lançado com o sugestivo nome de: “Musics From the Film More.”

Ainda em 1969, o Pink Floyd, lançou seu primeiro Album duplo, “Ummagumma,” cujo título, significa uma espécie de gíria entre os integrantes da banda, que faz duplo sentido ao sexo e uso de drogas. No disco 1, uma compilação de 4 músicas, executadas ao vivo. No disco 2, -dividiram o espaço democraticamente em 4 partes iguais, onde cada um dos integrantes teria seu espaço exclusivo, para fazer o que quisessem, sem interferências dos outros integrantes.

Para vocês terem ideia do experimentalismo, Roger Watters, em sua parte, fez apenas ruídos percussivos com a voz. Após o lançamento, os próprios integrantes do Pink Floyd, passaram a criticar o disco, alegando que não havia sido uma boa ideia. Mesmo assim, Ummagumma, chegou na sexta posição no Reino Unido, graças ao disco ao vivo.

O Pink Floyd, voltou ao Abbey Road em 1970,, para estrearem a última novidade; um recurso sonoro, recém-criado, chamada: “gravação quadrifonica.” Esse recurso só era audível, quando usados, quatro alto-falantes de monitoração. E o Pink Floyd, pretendia transmitir toda a atmosfera espacial de suas músicas, em um disco de estúdio. Foi lançado com o nome de: “Atom Heart Mother”.

Atom Heart Mother 1970
Obscured by Clouds 1972

Sua canção de abertura, leva o mesmo nome do disco e tem nada menos, que 23 minutos de duração. Uma das exigências da EMI, foi que a fita de uma polegada, a única capaz de registrar o então recurso quadrifônico, não poderia ser cortada. Para o arranjo funcionar, o baterista Nick Mason e o baixista Roger Waters, tiveram que gravar juntos, imaginando os tempos, onde seriam inseridos posteriormente, orquestras, pausas entre outras nuances. E isso, quase não deu certo.
Por fim, o disco quadrifônico, foi lançado, mas infelizmente, o formato não emplacou no mercado, mas ajudou a evoluir as técnicas de mixagem e influenciou na criação do “sounrround 5.1″.

Esse também, é o primeiro disco do Pink Floyd, com alto investimento em propaganda, o que garantiu a primeira posição de vendas no Reino unido e a quinquagésima, no Estados Unidos, abrindo as portas para uma Turnê em terras americanas.

Enfim, chega os anos 70 e o Pink Floyd, começa a tomar a forma musical, ao qual conhecemos. Em 1971, lançaram o aclamado álbum: “Meddle,” que traz uma das canções mais cultuados da banda… “Echoes.”
Echoes, ocupa todo o lado B do disco. Sutilmente, o pink Floyd, abandona a sonoridade psicodélica. E apresenta os primeiros elementos do rock progressivo, que começam a ser mesclados com frases pentatônicas, durante os solos de Gilmour, repletos de referências do Blues.

Meddle, é um álbum divisor de águas para o Pink Floyd, pois, se despede definitivamente, das heranças de Syd Barret e traz Gilmour, ao lado de Waters, assinando a maioria das faixas.
No reino unido, novamente, as vendas foram bem-sucedidas, mas devido ao pouco investimento da gravadora nos E.U.A, o disco, não emplacou na América.

Obscured by Clouds 1972

Em 1972, o Pink Floyd, volta a fazer trilha sonora e lança mais um álbum, baseado no filme “La Valle.”
Após esse álbum ser gravado, a banda se desentendeu com a produtora do filme e como consequência, não foi lançado com o título do filme e sim, com o título da primeira faixa, “Obscured by Clouds.”

A canção, “Free Four,” acabou sendo bem-sucedida nas rádios americanas. Ela mostra Roger Waters, cada vez mais à vontade, para falar sobre seu pai que morreu na guerra.

O Pink Floyd, havia parado de lançar singles em 1968. Singles, eram usados para testar o potencial das canções e a aceitação dos consumidores. E a partir dessa repercussão, empresários da indústria fonográfica, definiriam quanto seria investido naquele disco, ou até se o engavetariam.

Em 1973, existia uma grande expectativa para o próximo disco do Pink Floyd, que já estava praticamente finalizado. Mas a EMI americana, ainda tinha dúvidas a respeito da capacidade de vendas do Pink Floyd e queria testar o potencial. Para isso, lançaram um single. E ele, chegou na décima terceira posição das paradas da Bilboard americana e acho até que dispensa apresentações.

O Pink Floyd, vinha trabalhando nesse álbum a mais de um ano e para ajudar a organizá-lo, contrataram o produtor, “Alan Parsons,” conhecido também por ser um dos técnicos dos estúdio Abbey Road, onde gravou muitos discos do Floyd, dos Beatles, entre outros artistas da época. Parsons e o Pink Floyd, testaram todas as musicas do The Dark Side, ao vivo, antes de gravarem. Elas foram cautelosamente analisadas, num minucioso trabalho de pré-produção.

Alan Parsons mixando The Dark Side of the Moon

O Nome sugerido por Roger Waters para esse disco, foi “The Dark Side of the Moom,” mas depois, descobriram que uma banda chamada: “Medice Head,” havia acabado de lançar um disco com o mesmo título, então acharam prudente mudar o nome para “Eclipse.”

Pouco tempo depois, foram informados que o álbum do Medice Head, havia sido um fracasso, então resgataram o título original e com a alta expectativa financeira devido ao sucesso do single, “Money,” o Pink Floyd, lançou no dia primeiro de março de 1973, o clássico, “The Dark Side of the Moon.” Até hoje, quem ouve o The Dark Side of the Moon, pela primeira vez, fica perplexo com a complexidade e o envolvimento emocional que ele passa.
Na minha opinião, é o melhor disco do Pink Floyd.

A Concepção desse álbum, surgiu de uma reunião na casa do baterista Nick Manson, onde Roger Waters, sugeriu que deveriam falar sobre coisas que os cansavam; assuntos como dinheiro e fama foram cogitados, assim como suas angustias em terem que lidar com a opinião pública, que insistentemente traziam Syd Barrett, como uma bagagem extra do Pink Floyd.

Todos concordaram e David Gilmour, já havia dado uma entrevista, onde afirmava que as letras do Pink Floyd deveriam ser mais diretas e menos metafóricas. Foi isso que aconteceu em Dark Side. Roger Waters, passou a produzir as primeiras músicas em um estúdio na sua casa, onde também gravou trechos incidentais, como as moedas que introduzem a canção Money. Ele criou o primeiro loop da história da música.

Mixando The Dark Side

Nas pausas das gravações, novamente, no estúdio Abbey Road,, Waters gravou entrevistas com pessoas que trabalhavam lá ou estavam de passagem. Ele fazia perguntas do tipo: “você tem medo da morte?” Ou… “o que você sente ao ouvir a frase, “O lado escuro da Lua”.

Algumas dessas respostas, estão presentes nas músicas, inclusive, um dos entrevistados, foi “Paul MacCartney,” mas suas respostas não foram usadas, por serem muito cautelosas. O The Dark Side of the Moon, estava praticamente finalizado, mas existia uma dúvida, em relação ao arranjo de uma canção escrita por Richard Wright, chamada: “The Great Gig in the Sky.” Eles sentiam que ainda faltava algo; eles não sabiam o quê, Então, o produtor Alan Parsons, sugeriu uma voz feminina improvisando sobre o tema. A banda, gostou da ideia, mas quem chamariam?

Claire Torry

“Clare Torry,” era uma cantora, que já havia emprestado sua voz para alguns discos gravados no Abbey Road e Alan Parson, lembrou dela e sugeriu um teste com Claire. O teste, deu tão certo, mas tão certo… que precisamos ouvir com calma, para entender porque deu tão certo assim.
The Great Gig in the Sky, começa com o tema escrito e aqui, executada por Richard Wright. David Gilmour, faz uma discreta aparição com sua guitarra still, então ouvimos uma voz, falando sobre a morte, explicando que não está com medo de morrer… “porque eu estaria com medo? Não há razão para isso, nós temos que ir embora um dia.”
Richard Wright, disse que compôs esse tema, inspirado na morte. Ele imaginou uma pessoa moribunda, se negando a entrar naquele boa noite eterno.
Quando Alan Parson, ligou para Clare na primeira vez, ele não disse que se tratava de uma canção do Pink Floyd, apenas que era mais um bico no estúdio. Clare negou, pois tinha compromisso naquela noite.
Parson, insistiu e disse que se tratava de um teste com o Pink Floyd.
Ao chegar no estúdio, Clare, ficou apavorada, pois a banda inteira, estava lá, esperando por ela.
Richard Wright, mostrou o tema e pediu que ao improvisar, ela pensasse na morte, no horror ou mesmo no orgasmo.

O plano, era que Clare, não fosse dirigida em hipótese alguma, mas na passagem de som, ela começou a cantar, “baby baby” e Alan, explicou que nenhuma palavra poderia ser dita. Parson então, adicionou um reverb longo, nos fones de Clare, para que isso a inspirasse e deu certo. Clare, decidiu que cantaria imaginando que sua voz fosse apenas mais um instrumento e pediu que Alan, gravasse o primeiro take, justificando que costuma ser o melhor. Alan, ligou o gravador e Clare começou a cantar.

A pedido de David Gilmour, Clare, ainda tentou gravar mais um Take, porém, sua entrega havia sido tamanha, que ficou sem voz. Envergonhada, achando que havia exagerado demais e sem nenhum feedback por parte da banda, Clare, recebeu 30 libras e foi embora, completamente decepcionada.
Simultaneamente, dentro do estúdio, todos estavam boquiabertos com a performance de Clare. David Gilmour, disse posteriormente, que estavam pensando em convidar “Madeline Bell” ou “Dorys Troy,” cantoras negras famosas por seus solos vocais, mas quando Clare, abriu a boca e começou a cantar, eles tiveram certeza que aquele, era o elemento que faltava na canção de Richard.

Clare Torry, tinha cabelos claros, apenas 22 anos e um corpo franzino, em comparação com as cantoras negras da soul music, que cantavam como ela.
Clare, só descobriu que sua performance havia entrado no disco, quando o mesmo chegou às lojas e ela viu seu nome no encarte. Comprou o disco e então, pôde ouvir sua incrível performance, pela primeira vez.
Essa também, é uma das canções que melhor combinaram com o filme “O Mágico de Oz,” pois, se corretamente sincronizados, a voz de Clare, entra junto com a grande tempestade. E é incrível, pois, também acabam juntas.
Em 2004, Clare, processou a EMI e o Pink Floyd, exigindo os royaltys, da composição de The Great Gig in the Sky. Em 2005, o processo foi encerrado, através de um acordo favorável a Clare. O Valor pago a ela, nunca foi revelado, mas podemos apenas imaginar, a quantia milionária que Clare deve ter recebido, pois, The Dark Side of the Moon, é o terceiro disco mais vendido do mundo.

Além do acordo financeiro, a partir de 2005, todas as novas publicações de The Great Gig in the Sky, passaram a ser assinadas por, Richard Wright e Clare Torry.
E assim, chegamos ao fim do episódio 7 do Clube da Musica Autoral. E aí, o que você achou desse lado negro da lua? Para encerrar, vou deixar essa versão ao vivo de The Great Gig in the Sky, para acariciar os nossos ouvidos.

Foi um prazer falar de música com você e até a próxima!

Gilson de Lazari

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Roteiro e locução: Gilson de Lazari

Revisão: Camilla Spinola e Gus Ferroni

Transcrição: Camilla Spinola

Arte da vitrine: Patrick Lima e Caio Camasso>

Edição de áudio: Rogério Silva

 

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1 Reply to “07 Pink Floyd – The Great Gig in the Sky”

  1. Eu que digo. Foi um prazer começar essa segunda acompanhando tudo que li e ouvi aqui. Delícia!
    Apaixonada pelo Pink Floyd.
    Especialmente por The dark Side of the moon. Como não amar?!

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